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terça-feira, 17 de setembro de 2019

COMO O BOMBALAIO SURGIU

EVS USP

Entre 02/2010 a 10/2011 participei do curso ÉTICA VALORES E SAÚDE NA ESCOLA, ministrado pela USP. Esta foi uma das vivências mais significativas da minha carreira de aprendiz. Por meio dela, despertei para as diversas possibilidades de atuação docente, consegui ampliar muitas perspectivas. Este blog, o BOMBALAIO, foi criado a partir da minha participação nesse curso e muitas práticas em sala de aula foram transformadas em objetos de estudos. 

Infelizmente, para finalizar esse ciclo faltou postar minha monografia que até foi escrita, mas ainda necessitava de lapidação e não foi entregue - mas não é para ninguém chorar, porque justamente nos dias estipulados para a entrega dos trabalhos, eu estava no Benin, África, em mais uma etapa do projeto Currículo Global¹

Um fator que me marcou muito nessa experiência foi a possibilidade de trabalhar em grupo e construir a aprendizagem com colegas fantásticos: absurdamente competentes, criativos e, sobretudo, com personalidades bem diferentes. Ao contrário do que se pode pensar, essa diversidade nos complementou, tornando o trabalho prazeroso e muito eficaz. Portanto, à Érika, Roberta, Roger, Jenifer, deixo aqui um abraço e um agradecimento eterno pelo magnifico aprendizado que conseguimos construir juntos. 

Não posso esquecer também o Saturnino que nos deixou cedo e a Elisângela que integrou-se ao grupo já no final dos trabalhos, mas ambos souberam, cada a um a seu modo, enriquecer essa experiência.

Finalmente, é imprescindível ressaltar a GENEROSIDADE com que fomos orientados em nossos trabalhos pelas professoras Juliana, Kenya e Ângela. Sempre atentas às possibilidades de aprimoramento, mas extremamente competentes no trato com seus aprendizes.

¹ Há todo um material sempre em reedição a respeito desse projeto, mas sou uma só. Existem materiais produzidos esparsos, inclusive aqui no blog, porém, por enquanto, o acesso ao link pode elucidar muito da experiência coletiva, revolucionária, transcendental que representou esse projeto.

A AUTORA (USAREI ESSE TÍTULO SEMPRE QUE QUISER FALAR SOBRE COISAS RELACIONADAS A MIM)

Nasci com todo aparato sexual feminino e me identifico com ele. 

Gosto imensamente de rola, mas às vezes não gosto de aturar o acessório que vem acoplado nela, o que talvez me torne uma indivíduo do sexo feminino, cis heterossexual normativo (sim, hoje consigo reconhecer meus privilégios). Sou como qualquer outra mulher*, com a diferença de assumir aquela parte de "aturar o acessório..."

Tentei ser casada 2 vezes (não lembro por quanto tempo) e agora tento ser casada pela 3ª vez, há 20 anos


  • alguns anos foram sexo, briga, briga, sexo, sexo-briga, briga-sexo;
  • outros, como dividir o último pedaço do pudim (há uma tensão louca em momentos assim, olhares desconfiados, um western;
  • outros, como estar nuazinha sobre a areia da praia, pertim do sol se por. Aquela areia quentinha, a brisa que não é fria, mas arrepia e acarinha, os passarim se recolhendo, as gaivota tentado garantir a janta, o som do mar, o calor do sol e um soninho meio besta. O único cuidado era sair dali na hora certa ou seria o inferno dos mosquitos.
  • outros, uma espécie de momento marmota em que ambos retiravam suas tripas, tetavam comê-las, regurgitavam e lambiam os restos no chão; 
  • outros, sequer lembro; 
  • outros, lembro tanto, mas não tem papel suficiente (e nem leitor);
  • outros, como dormir em copas de cerejeiras floridas; 
  • outros, sexo (por vezes com outros); 
  • outros, filhos, sexo, contas, orçamento, sexo, cerveja, solidão;
  • outros, planos de montar uma companhia mambembe e brigas descomunais em função de aspetos de produção da companhia que, além de inexistente, mostrou-se inviável temporariamente, mas aguarda ali pertinho com todas as malinhas e malabares dentro delas;
  • outros, medo, medo de estar junto do outro em um momento, mas não no próximo, pois há coisas na vida que separam mais brigas, mais que sexo com outro, mais que orçamentos que não fecham, dívidas, escolher que boleto vai pagar, educação de filhos, mais que desenlaçar as mãos na hora em que o sono abate os dois na cama. Medo que a companheira inseparável da vida, levasse o meu amor ou levasse o amor do meu amor por causa de um coração que quer ser maior que o corpo que habita.


Tento me *tornar mulher há 43 anos, tento ser professora desde 2008, tento ser cidadã, pensar politicamente, agir afetuosamente, tento ser atriz desde os 15, tento ser amiga, mas minha frequencia afetiva não ajuda muito, tento ser mãe desde os 17, venho tentando ser menos autocentrada. São muitas histórias e, por isso, este blog.